Cunha Couto

Gestor de Crises

Israel x Hamas: dois anos de guerra

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No dia 7 de outubro de 2023, às 6h29, o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, resultando na morte de mais de 1.200 israelenses e na captura de dezenas de reféns. Desde então, o conflito se arrasta por dois anos, deixando um saldo devastador: cerca de 42 mil palestinos mortos na Faixa de Gaza, a maioria civis.

Enquanto a guerra se prolonga, tentativas de mediação ganham novo fôlego. Em Sharm el-Sheikh, representantes dos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia buscam implementar o chamado “Plano Trump”, composto por 20 pontos. Entre as metas, estão a libertação dos 20 reféns ainda vivos e a devolução dos corpos de 28 mortos.

Em 8 de outubro, representantes do governo de Israel e do grupo extremista Hamas assinaram a primeira fase do acordo de paz em Gaza, após negociações no Egito. Esse acordo ainda precisa ser ratificado, e o ministro das Finanças de Israel já anunciou que votará contra o plano de paz.

Mas, por mais relevantes que sejam esses gestos humanitários, eles não configuram uma solução real: são paliativos diante de uma tragédia que continua sem perspectiva de encerramento, com ataques e mortes constantes em Gaza.

O fato é que a paz na região parece distante. A simples troca de reféns ou mesmo um cessar-fogo temporário não apontam para a questão essencial: a convivência de dois povos em territórios reconhecidos e soberanos.

A imprensa brasileira, por sua vez, parece ter esquecido que a Faixa de Gaza foi palco da primeira operação de paz da ONU, da qual o Brasil participou com seis mil militares ao longo de uma década.

Enfim, apenas um processo de descolonização, a garantia de soberania aos territórios palestinos e um compromisso de coexistência poderão assegurar uma paz duradoura na região.

Portanto, sem a criação de dois Estados — Israel e Palestina — qualquer acordo será apenas um remendo. A paz só nascerá quando ambos tiverem reconhecido o direito de existir lado a lado, com segurança, dignidade e um futuro compartilhado. Até lá, celebrações diplomáticas serão apenas ilusões.

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