Esse foi o Papa que nos ensinou que uma crise pode ser resolvida se nos valermos do amor e da compaixão.
Foi com essa proposta que Francisco saiu dos muros do Vaticano para se inserir em diversas crises globais, como a climática, a da fome e a dos refugiados.
Simples e humilde, ficou famoso ao dizer: “Quem sou eu para julgar os outros?”, referindo-se a homossexuais, pessoas trans e divorciadas.
Como humanista, respeitou todas as religiões.
O Papa se preocupou com os excluídos e pregou justiça. Atacando a corrupção, pediu que os pobres fossem ouvidos e que os governos fossem responsáveis por toda a sociedade.
Com o nome Francisco, evocava o santo homônimo na proteção dos pobres e da natureza, citando:
— “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos.”
— “É preciso ouvir as populações indígenas para aprender com sua sabedoria e estilo de vida e, ao mesmo tempo, ouvir os cientistas para aprender com seus estudos.”
— “Hoje, a natureza que nos rodeia já não é mais admirada, mas ‘devorada’.”
— “Não podemos tolerar forma alguma de racismo ou de exclusão.”
E tinha bom humor, que entendia ser um certificado de sanidade. Pedia ao Senhor a capacidade de sorrir e de rir, pois o humor humaniza:
“O Papa é argentino, mas vocês, brasileiros, podem ficar tranquilos: Deus é brasileiro”, e riu.
Na crise das denúncias de pedofilia na Igreja, não se escondeu: puniu os envolvidos e estruturou um sistema de compliance a ser observado por todos.
E, contra a crise da polarização — seja ideológica, seja política — propôs que nos valêssemos da amizade, pois “todos somos irmãos, unidos pela mesma origem, independentemente de raça, religião, cultura ou condição social”.
Em sua encíclica Fratelli Tutti, Francisco nos ensinou que a amizade social — vocação natural dos seres humanos — nos permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas. E, daí, o desejo de abraçar a todos e de valer-se do amor para superar o isolamento e as separações.
Nessa mesma encíclica, lembrou-nos de que “o mal não desapareceu da nossa história e permanecerá até o fim. Mas que o amor venceu o ódio, a verdade venceu a mentira e o perdão venceu a vingança.”
Maravilhoso Papa!