Desde 2003, segundo a OMS, ocorreram mais de 950 infecções por gripe aviária, resultando em mais de 460 mortes.
Ao final de 2024, a Califórnia decretou estado de emergência após o anúncio de um caso grave de gripe aviária causada pelo vírus H5N1 em uma pessoa nos Estados Unidos. O paciente “sofre de uma enfermidade respiratória grave e está hospitalizado em estado crítico”, informou o departamento estadual de saúde em nota.
Esse foi o 61º caso do atual surto da doença nos EUA, mas os demais pacientes apresentaram apenas sintomas leves. Assim, uma morte por gripe aviária não era inesperada.
Em 8 de janeiro de 2025, segundo matéria do Estado de São Paulo, ocorreu a primeira morte registrada pela gripe aviária nos EUA. A vítima, uma pessoa de 65 anos, residente na Louisiana, apresentava sintomas respiratórios graves e havia tido contato com aves doentes e mortas no quintal de casa. A análise genética sugeriu que o vírus sofreu mutações dentro do organismo do paciente.
As autoridades de saúde dos EUA afirmaram que ainda não é possível determinar se há transmissão de pessoa para pessoa.
O vírus H5N1, também conhecido como “gripe das aves”, é um subtipo do vírus Influenza A, capaz de causar doença em humanos e com potencial de desencadear uma pandemia.
Durante os 13 anos em que trabalhamos no Gabinete de Crise da Presidência da República, fomos acionados diversas vezes para apoiar o Ministério da Saúde, que assumia a coordenação central das crises relacionadas à gripe aviária.
Um dos exemplos foi a pandemia de H1N1, originada em porcos no México. O vírus, que precisa passar por um hospedeiro mamífero antes de representar uma ameaça direta aos humanos, começou a se espalhar em março de 2009. Em poucas semanas, propagou-se mundialmente, apesar dos esforços para conter sua disseminação por meio de medidas preventivas e restrições geográficas.
Foi mais uma crise que resultou em um fenômeno global, como vivenciamos com a Covid-19.
Para lidar com situações dessa magnitude, as soluções precisam ser igualmente amplas, envolvendo organismos internacionais, multilaterais e supranacionais. Esses esforços são fundamentais para superar o receio e a resistência das populações à adoção de medidas necessárias.
O vírus da gripe aviária é uma ameaça séria.
É nessas horas que muitos se lembram da existência de um Gabinete de Crise…