Cunha Couto

Gestor de Crises

“Golfo da América”

CCBlog255

Ainda como candidato eleito, Trump continua fazendo declarações polêmicas.
Em mais uma entrevista coletiva, Trump afirmou que pretende renomear o Golfo do México para Golfo da América e reiterou a promessa de aumentar tarifas sobre produtos mexicanos.

Além disso, levantou a possibilidade de o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA, mencionando que 15% dos canadenses concordam que essa seria uma opção melhor para o país e que, juntos, formariam uma enorme nação.

Em outra entrevista, alegando questões de segurança nacional, Trump se recusou a descartar o uso do poder econômico ou até da força militar para tomar o controle de regiões consideradas estratégicas, como a Groenlândia e o Canal do Panamá, ambos vitais para o comércio exterior dos EUA.

A Groenlândia é um estado associado à Dinamarca, que integra a OTAN, tornando inviável sua compra pelos EUA, até porque a ilha não está à venda.
Com uma população de 57 mil habitantes, a Groenlândia é um território autônomo da Dinamarca, mas possui o direito de decidir sua independência por meio de referendo — ou seja, a Groenlândia pertence aos groenlandeses.

Trata-se de uma ilha estrategicamente importante devido à sua localização, aos minérios sob suas geleiras e à navegação sazonal pelo Círculo Ártico, que reduz o tempo de transporte marítimo entre os mercados ocidentais e asiáticos.

Quanto à possibilidade de uma invasão da Groenlândia pelos EUA, a França foi taxativa:
“Não há possibilidade de a União Europeia permitir que outras nações, quaisquer que sejam, ataquem nossas fronteiras soberanas.”

Por outro lado, Trump vem insistindo que retomaria o controle do Canal do Panamá devido a um suposto tratamento “desigual” que navios americanos estariam recebendo. Vale lembrar que o fim da administração do canal pelos EUA ocorreu em 1999, quando uma empresa de Hong Kong, representando interesses chineses, venceu a licitação internacional para operar os acessos ao canal pelos oceanos Pacífico e Atlântico.

O Panamá também respondeu às declarações de Trump:
“A soberania de nosso canal não é negociável. Ela faz parte de nossa história de luta e é uma conquista irreversível.”

Ou seja, as declarações do que em breve será o mais novo velho presidente dos EUA são tão aleatórias que dão a impressão de que estamos entregando o mundo para uma criança brincar.

O risco é que, diante de tantas ideias polêmicas, os EUA percam credibilidade em sua influência global, abrindo espaço para a ascensão da China.

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