Novos dados da ONU sobre feminicídio deveriam nos causar revolta. Trata-se de uma séria crise mundial.
A ONU Mulheres divulgou, em 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, o relatório “Feminicídios em 2023: Estimativas Globais de Feminicídios por Parceiro Íntimo ou Membro da Família”: em 2023, 85 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente em todo o mundo, sendo que 60% desses homicídios foram cometidos por um parceiro íntimo ou outro membro da família. Esse índice equivale a 140 mulheres e meninas mortas todos os dias, ou uma a cada dez minutos.
O lar está longe de ser um local seguro para as mulheres.
O continente africano registrou as maiores taxas de feminicídios relacionados a parceiros íntimos e familiares, seguido pelas Américas e pela Oceania.
No Brasil, a taxa de feminicídios é de 4,8 por 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esses são dados alarmantes, que revelam episódios repetidos de violência baseada no gênero, o que significa que são evitáveis por meio de intervenções oportunas e eficazes.
Essas intervenções precisam ir muito além da legislação, pois as denúncias se repetem e são pouco investigadas ou sequer realizadas. As soluções devem incluir políticas públicas claras e investimentos em Educação, com práticas e conhecimentos que se iniciem nas salas de aula e sejam levados para os lares.
Para uma mulher, voltar para casa precisa deixar de ser sinônimo de risco de morte.