Cunha Couto

Gestor de Crises

A cadela Laika foi para o espaço

CCBlog230

Era uma época em que as sociedades de defesa dos animais não eram tão conhecidas e atuantes.

Em 3 de novembro de 1957, a União Soviética lançou o Sputnik 2 e, com essa iniciativa, enviou o primeiro ser vivo ao espaço – a cadela Laika.

Estávamos no auge da Guerra Fria, com o líder soviético Khrushchev em uma corrida espacial contra os Estados Unidos – uma disputa de poder, em que conquistar o espaço era uma demonstração de força e tecnologia.

Para impressionar o mundo, surgiu a ideia de enviar um cachorro ao espaço; mas, como não tinham tecnologia suficiente para garantir o retorno do satélite, o animal estava sendo enviado para a morte.

Khrushchev, que nunca teve um cachorro, concordou.

Segundo um artigo da BBC, havia critérios para a seleção desses cães.

Por causa do tamanho do foguete, o animal deveria ter até 7 kg.

Cães de raça e com pedigree foram considerados mimados demais para alcançar bons resultados na “sobrevivência em situações extremas”. Portanto, os “cães cosmonautas” foram recrutados nas ruas.

Laika, por exemplo, vagava pelas ruas de Moscou.

Os especialistas preferiam trabalhar com fêmeas, por considerá-las mais disciplinadas, e as de pelo liso eram mais adequadas para a instalação de sensores.

Enfim, dos 10 candidatos selecionados para o teste final (resistência na câmara de pressão centrífuga), três se sobressaíram: Albina, Laika e Mukhu. Albina estava grávida; Mukhu foi rejeitada por ter curvas não fotogênicas nas patas; assim, Laika foi escolhida para entrar para a história.

Durante muitos anos, o governo soviético divulgou a notícia de que Laika teria morrido sem dor, após uma semana em órbita. Mas hoje já se sabe que ela morreu seis horas após o lançamento, devido a problemas respiratórios e a uma parada cardíaca causada pelo superaquecimento da cabine, que não havia sido projetada para retornar à Terra.

Essa informação foi mantida em segredo até o fim da União Soviética, em 1991. Portanto, Laika foi em uma missão ‘sem volta’, tornando-se a primeira vítima das aventuras espaciais e encabeçando uma lista que aumentaria ao longo do tempo com outros bichos e até seres humanos.

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