Para celebrar este mês da consciência negra, relembro um fato que foi um marco no movimento antirracista nos Estados Unidos. Em 1º de dezembro de 1955, a americana Rosa Parks entrou para a história.
Rosa Parks, uma ativista negra norte-americana, tornou-se símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos EUA, ao se recusar a ceder seu lugar no ônibus a um homem branco, tornando-se o estopim do movimento denominado “boicote aos ônibus de Montgomery”.
Sua prisão deu início a um boicote da comunidade negra ao transporte público nessa cidade, sendo que os negros representavam 3/4 dos usuários. Martin Luther King Jr. foi um dos que apoiaram a ação. Porém, somente em 13 de novembro de 1956, a Suprema Corte dos EUA ordenou o fim da segregação racial nos ônibus, declarando-a ilegal e inconstitucional na cidade de Montgomery e no estado do Alabama.
Na verdade, o boicote só chegou oficialmente ao fim no dia 20 de dezembro de 1956, após gerar prejuízos financeiros e mobilizar as organizações de luta por direitos civis nos EUA. Durante esse período de 381 dias, a comunidade negra se organizou para providenciar outras formas de transporte, com colaboração de motoristas e taxistas negros, além de caminhar e usar bicicletas para evitar o transporte público.
Anos mais tarde, em junho de 1999, o presidente Bill Clinton condecorou Rosa Parks, então com 88 anos, com a medalha de ouro do Congresso norte-americano. Durante a cerimônia de condecoração, Clinton destacou que Parks foi capaz de lembrar aos EUA que a promessa de liberdade vinha sendo apenas uma ilusão para milhares de cidadãos do país. Em seu discurso de agradecimento, Parks ressaltou que a homenagem deveria servir para encorajar todos os que lutam pela igualdade de direitos em todo o mundo.