Cunha Couto

Gestor de Crises

A ameaça nuclear, de volta

CCBlog220

Essa é uma preocupação global.

Lembremo-nos de que, desde 2023, o “relógio do juízo final” nos indica que faltam 90 segundos para a meia-noite, o que seria a destruição da humanidade.

Esse alerta nos leva a refletir sobre o fato de que dois países com capacidade atômica (Rússia e Israel) estão, hoje, envolvidos em guerras.

Por diversas vezes, Vladimir Putin declarou que a Rússia pode responder com armas nucleares a qualquer ataque, ainda que realizado com explosivos convencionais, como, por exemplo, um lançamento massivo (enxame) de drones, aeronaves ou mísseis.

Além disso, o presidente russo afirmou que qualquer agressão contra a Rússia realizada por um Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um Estado nuclear, seria considerada como um ataque conjunto à Federação Russa.

Em tese, portanto, pela nova doutrina, a Rússia poderia usar armas nucleares contra os EUA ou outro país nuclear que apoiasse uma ofensiva da Ucrânia.

Para Zelensky, essas ameaças não passam de uma bravata para dissuadir outros países de apoiarem a Ucrânia na atual guerra contra a Rússia, mas essa ameaça nuclear persiste.

Em outro teatro de guerra, no Oriente Médio, suas duas potências militares regionais começaram a se enfrentar, e surgiu a ameaça nuclear do Irã para confrontar Israel.

Após o ataque a Israel com 181 mísseis balísticos, defendido por Israel com ajuda dos EUA, o Irã apela, agora, para a dissuasão, devido aos seus recentes progressos em direção às armas nucleares.

Netanyahu arriscaria atacar as instalações nucleares iranianas?

Parece ser uma tarefa difícil, pois seu aliado — os EUA — nunca atacou um Estado com armas nucleares, e essas instalações, ao que se sabe, estão espalhadas pelo escarpado território do Irã.

Afinal, com tantas ameaças e riscos em jogo, será que a doutrina de destruição mútua restringirá esses atores nucleares a agirem de maneira racional?

Só como lembrete, há sessenta anos, em 16/10/1964, a República Popular da China detonou sua primeira bomba atômica e se tornou a quinta potência nuclear… e não é um ator qualquer nesse mosaico.

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