Qualquer crise tem como consequência um custo: político, financeiro, jurídico, de recursos humanos, de imagem, de reputação, etc. Para mitigar esses efeitos, existe o gerenciamento de crises.
2024 está sendo um ano em que as enchentes anormais ocorridas no Rio Grande do Sul e, agora, o calor, a seca e os focos de incêndio em mais de metade do território nacional fizeram, finalmente, com que haja uma preocupação com a crise climática e com seu custo.
É algo que atingiu populações, flora e fauna em poucos meses, desde chuvas nos estados do Sul até seca extrema na Amazônia, no Pantanal e no Planalto Central. Pela ordem de grandeza de seus efeitos, não há como ser exato em tal contabilidade de custos.
Fica claro que o Governo Federal vai precisar levar as medidas de combate às catástrofes climáticas para o Orçamento. Além disso, precisará da participação da comunidade científica na construção de um Orçamento que já preveja o enfrentamento às catástrofes climáticas. Não dá para ser diferente.
Vale recordar que, em 2009, foi criado o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima para garantir recursos para apoio a projetos ou estudos e financiamento de empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas. A crítica situação atual fez com que o Governo Federal retomasse esse fundo, por meio de uma parceria do MMA com o BNDES (este com recursos reembolsáveis).
Parece que estamos tomando consciência de que o Brasil precisa ser ousado e criativo se quiser enfrentar a crise climática, já que é um país com todas as condições para protagonizar a transformação ecológica, com inovação e sustentabilidade.
Na área sanitária, durante a pandemia de covid-19 no país, o Governo também teve que incorrer em despesas extraordinárias.
Outro exemplo de custos de uma crise, este no campo político-econômico: o governo de Cuba afirmou que o boicote econômico dos Estados Unidos custou à ilha US$ 5 bilhões entre março do ano passado e fevereiro deste ano. Em outros termos, sem a crise do embargo, a economia cubana teria crescido 8% em vez de uma retração de 2%. O embargo já dura 62 anos.
Portanto, gerenciar a crise mitiga seus custos, mais ainda se for possível preveni-la.