Tem sido difícil convencer que o clima está mudando. Há mais de três décadas, cientistas vêm alertando para os riscos do aquecimento global, mas desinformações nas redes sociais induzem as pessoas a não acreditarem neles.
Mas eis que, com a triste realidade de enchentes no RS e, agora, de incêndios em plantações em SP e na floresta amazônica, o enredo se repete, com reuniões se sucedendo; pedidos de ajuda; e ações emergenciais para atender às demandas aflitivas da população e à reconstrução da infraestrutura das cidades atingidas.
Como em qualquer crise, o foco deve ser atuar na prevenção, e essa é a mensagem, portanto, da necessidade de um plano que permita a antecipação às graves enchentes e secas.
Não adianta mais acreditar em um dos mitos mais caros aos brasileiros, que é o de que nossa terra é abençoada por não sermos “castigados” por terremotos, tsunamis ou vulcões.
Também sem desertos e, segundo cientistas, apesar de o Trópico de Capricórnio cortar vários desertos em vários países, aqui no Brasil isso não ocorre, graças à umidade que vem da Amazônia e desce para o Sudeste e o Sul.
Entretanto, quando a Amazônia vive uma forte seca, como a atual, São Paulo seca junto, e então, seja pela ação de criminosos, seja por acidente, o fogo encontra um ambiente propício para se alastrar.
Já em termos globais, dos discursos e reuniões havidas na Assembleia-Geral da ONU, destacam-se sempre três temas que se apresentam como crises globais: mudanças climáticas, desigualdade e a busca pela paz.
Agora, junta-se a eles a declaração, pela ONU, da subida do nível dos oceanos. Essa projeção integra um novo relatório que foi descrito pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, como “um SOS para o aumento do nível do mar”. Esse aumento no nível dos oceanos, decorrente do aquecimento global, está acontecendo em ritmo cada vez mais acelerado, com previsões para importantes áreas costeiras terem aumento de mais de 15 cm até 2050.
A verdade, portanto, é que as mudanças climáticas já parecem irreversíveis.
A maioria das regiões do planeta está enfrentando uma frequência maior de períodos de secas, de incêndios da vegetação, de chuvas severas e de ondas de calor. O clima está mudando! A crise climática é, portanto, real, urgente e é causada pela atividade humana. As políticas ambientais não podem mais ser ignoradas, pois o impacto das mortes permanece.