Indicativo disso, após uma década de negociações difíceis, 15 países da Ásia e da Oceania assinaram a Parceria Regional Econômica Abrangente (RCEP, em inglês), um enorme tratado de livre comércio, ainda em processo de ratificação.
Trata-se de mais um sucesso da diplomacia chinesa, ao liderar um terço da população, da produção e do Produto Interno Bruto mundiais.
A ausência importante nesse tratado é a da Índia, ausência que favorece a presença da China na região.
Não é de hoje que a China vem aumentando sua participação no cenário internacional, expandindo seus investimentos em outras regiões, como o grandioso projeto da Nova Rota da Seda.
O nome Rota da Seda carrega todo um simbolismo histórico. Criada para interligar o Oriente ao Ocidente (a Ásia à Europa), essa rota tinha como objetivo estabelecer uma rede comercial e multicultural, com a seda como o principal produto comercializado.
Portanto, a atual Nova Rota da Seda, apresentada primeiramente em 2013, faz parte de um mesmo “Sonho Chinês”.
Consiste em uma série de investimentos, sobretudo nas áreas de transporte e infraestrutura, tanto terrestres, conectando a Europa, o Oriente Médio, a Ásia e a África, quanto marítimos (Rota), passando pelo Oceano Pacífico, atravessando o Oceano Índico e alcançando o mar Mediterrâneo.
Além disso, a ideia é que o projeto abra portas para um modelo semelhante em outras regiões do mundo.
Apesar de o foco do projeto da Nova Rota da Seda (que já conta com mais de 150 participantes) ser a Eurásia e a África, a China tem deixado o projeto aberto para quem se interessar.
Segundo notícias, o Brasil está prestes a aderir, já tendo constituído um grupo de trabalho para a facilitação da adesão à iniciativa chinesa, sem utilização militar.
Entretanto, há alguns alertas: é uma forma de expansão da influência chinesa, ampliando o controle da China para outras regiões; e as obras, em grande parte, acabariam nas mãos de construtoras chinesas, em detrimento de construtoras locais e gerando dificuldade para lidar com a mão de obra local.
Por tudo isso, a Ásia-Pacífico é a locomotiva econômica atual.
Não por acaso, os novos atlas escolares já mostram o mapa-múndi com seu centro no Oceano Pacífico, uma vez que ali estão as maiores economias do mundo.