Cunha Couto

Gestor de Crises

Drones: uma Nova Guerra Naval

CCBlog187 (1)

O emprego de drones navais no atual conflito russo-ucraniano é uma das importantes novidades apresentadas aos estudiosos da guerra. Nesse confronto, drones navais ucranianos obtiveram bastante sucesso atacando navios militares russos no Mar Negro, a ponto de a Marinha russa perder temporariamente o controle dessa área marítima.

Em outro cenário, ainda mais recente, no final de junho, demonstrando tecnologia já dominada, um drone naval, disfarçado de pesqueiro, foi lançado pelos Houthis (grupo terrorista do Iêmen, apoiado pelo Irã) contra o Navio Mercante Tutor, que navegava pelo Mar Vermelho e foi afundado. Foi o segundo caso de afundamento nessa área, empregando drone.

Portanto, drones navais estão fazendo com que as Marinhas reconheçam que precisam inovar e se reinventar diante dessa real ameaça, pois esses drones podem oferecer uma vantagem significativa em operações militares, especialmente quando combinados à inteligência e ao monitoramento marítimo.

Pensar essas mudanças não chega a ser novidade. Em artigo de David Ignatius “Como o Pentágono está reaprendendo a se planejar na velocidade da guerra da Ucrânia” é citado que, durante várias décadas, defensores de reformas militares vêm pedindo ao Pentágono que parasse de construir navios-aeródromos caros e vulneráveis e, em vez disso, se concentrasse em obter um grande número de drones baratos. Mas ninguém parecia estar ouvindo e os militares continuaram gastando em plataformas caras.

Eis que parecem surgir notícias no sentido de mudanças: muitos comandos das Forças Armadas norte-americanas estão fazendo experiências com sistemas autônomos e sem tripulação para combate terrestre, aéreo, marítimo e submarino, considerando, ainda, a guerra eletrônica, pois os sistemas devem ser realmente autônomos, capazes de operar sem GPS ou outros sistemas de navegação.

Portanto, os drones navais são uma nova tecnologia nos teatros de operações e nos levam a pensar em que medida impactarão a evolução doutrinária e a adequação do pensamento operacional de emprego do poder aeronaval e naval frente a essa ameaça.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *