Cunha Couto

Gestor de Crises

Políticas Ambientais ignoradas e as enchentes!

CCBlog 165

Novamente, chuvas anormais e enchentes no Rio Grande do Sul causam as tragédias sempre presentes nesses desastres naturais: perdas de vidas; moradias destruídas; famílias desabrigadas; cidades em calamidade pública.

Há mais de três décadas cientistas vêm alertando para os riscos do aquecimento global, mas desinformações orquestradas nas redes sociais induzem as pessoas a não acreditarem neles.

Mas eis que, com a triste realidade das enchentes de volta, o enredo se repete, com reuniões se sucedendo com o governador; pedido de ajuda; visita de uma equipe interministerial; instalação de uma sala de crise para traçar ações emergenciais e atender às demandas aflitivas da população e a reconstrução da infraestrutura das cidades atingidas.

Como em qualquer crise, o foco de qualquer gabinete de crise é atuar na prevenção e só gerenciar aquela em que houve falha na prevenção. Essa é a mensagem da Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas – Marina Silva, que propôs a adoção de um plano que permita ao Estado evoluir do problema para a solução nos municípios mais suscetíveis a desabamentos, enchentes e secas.

A atual catástrofe no RS nos remete, uma vez mais, à importância da cultura de prevenção de crises em nosso país.

Um dos mitos mais caros aos brasileiros é o de que nossa terra é abençoada por não sermos “castigados” por terremotos, tsunamis e vulcões. A força desse mito resiste até mesmo a fatos, como o de, até aqui, dezenas de mortes causadas pelas enchentes no estado gaúcho.

Meteorologistas apontam a junção de umidade, ventos de ciclone e uma frente fria estacionada como responsável por essa chuva anormal. Isso é verdade, mas pesquisas nos têm mostrado que as mudanças climáticas e a degradação ambiental continuam sendo os grandes causadores das enchentes em nossas cidades.

Dos discursos e reuniões bilaterais havidas na Assembleia-Geral da ONU, destacam-se, sempre, três temas que se apresentam como crises globais: mudanças climáticas; desigualdade; e a busca pela paz.

A crise climática é, portanto, real, urgente e é causada pela atividade humana. As Políticas Ambientais não podem, portanto, ser ignoradas.

Nas crises das tragédias por enchentes, as águas se vão, mas o impacto das mortes fica.  

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