Para evitar impeachment, o presidente do Equador, Guillermo Lasso, dissolveu, em 17 de maio, a Assembleia Nacional do país e convocou, por decreto, novas eleições gerais.
A decisão foi tomada um dia depois de os deputados realizarem a primeira audiência do processo de impeachment de Lasso, por corrupção, por ter permitido o favorecimento a uma petroleira em contratos estatais.
Pelo decreto de Lasso, em caráter de urgência e com efeito imediato, fica determinada a dissolução da Assembleia Nacional “por grave crise política e comoção interna”, convocação de novas eleições gerais nos próximos sete dias e o fim imediato do mandato de todos os deputados.
Esse ato foi possível por um artigo, chamado de “morte cruzada”, da Constituição equatoriana de 2008, criado devido a três mandatos presidenciais interrompidos, de 1996 a 2005: Abdala Bucaram; Jamil Mahuad e Lúcio Gutierrez.
Lasso, ex-banqueiro, governa desde 2021 e permanecerá no cargo pelos próximos seis meses.
Na gestão de Lasso, desde o início do mês, três regiões estão em estado de emergência, por violência, com a presença das Forças Armadas nas ruas.
Em meio a tudo isso, a mídia vem dando destaque a uma medida polêmica: permissão de uso de armas de fogo por civis para defesa pessoal.
Enfim, caberá aos eleitores equatorianos, nas urnas, resolver essa crise que tem na democracia a principal vítima.