Em 75 anos, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, criada para frear o expansionismo da então URSS e manter os americanos na Europa, vem enfrentando novos desafios e ajustando seu papel no cenário internacional, dentre os quais a sua participação na guerra na Ucrânia.
Isso se deveu à queda do Muro de Berlim, em 1989, e à dissolução do Pacto de Varsóvia, em 1991, que removeram o principal adversário da OTAN, fazendo-se necessária uma reavaliação estratégica do propósito, da natureza, das tarefas e do foco da Aliança no continente europeu. Ou seja, com a dissolução da União Soviética, a aliança teve que se reinventar. Mais recentemente, uma expansão da OTAN para o Leste passou a chamar a atenção da Rússia.
Fato é que, entre 1999 e 2017, a OTAN incorporou vários países da Europa Central e Oriental, vários deles ex-soviéticos: Hungria, Polônia, Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Albânia, Croácia e Montenegro.
Nessa reunião em Washington, líderes dos 32 membros dessa aliança militar, já com os novos integrantes – Finlândia e Suécia – se reuniram para ajustes nas estratégias e nos planos de longo prazo para contenção da ameaça, agora, de uma inconformada Rússia, que invadiu a Ucrânia com o objetivo estratégico de não permitir a entrada da Ucrânia na OTAN.
Com isso, a OTAN, adaptando-se aos novos desafios e cenários internacionais, passou a apoiar a Ucrânia, por esta representar o mundo ocidental nesse conflito com a Rússia.
O resultado dessa recente reunião, entretanto, além de não abordar o conflito em Gaza e de nada certo ter sido sinalizado quanto à entrada da Ucrânia na Aliança, nos mostrou, de muito importante, o quanto as eleições presidenciais nos EUA poderão alterar o atual comportamento da OTAN (apoiando mas não enviando efetivos militares à Ucrânia) porquanto uma eleição de Trump poderá levar os atuais 32 membros a terem que aderir à frase desse candidato: “resolverei o conflito na Ucrânia em 24 horas…”!
