Cunha Couto

Gestor de Crises

3 anos de Rússia x Ucrânia: o que mudou? Trump!

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Segundo Clausewitz, o conhecimento da guerra não podia ser uma ciência, pois a guerra está constantemente submetida à imprevisibilidade e à incerteza. Parece que, sob Trump, o mesmo se pode dizer da geopolítica.

Nesse conflito, que enfraqueceu a Ucrânia e a Rússia e enriqueceu os países produtores de armas, a atuação de Trump, ao dividir a Ucrânia entre EUA e Rússia, escanteando a Europa e a própria Ucrânia, demonstra que sua geopolítica é mercantilista (exportar mais e importar por menos, bem como priorizar o resultado econômico e financeiro, e não as guerras pelo mundo).

Ao presidente ucraniano, Zelensky, Trump (que o chamou de ditador e o acusou de começar a guerra) tentou impor o pagamento de US$ 500 bilhões e a concessão de 50% das receitas provenientes de terras raras, petróleo e gás. Voltou atrás na cobrança bilionária (até porque a ajuda americana somava US$ 175 bilhões) e deve aceitar um acordo para exploração conjunta de minerais com os ucranianos em seu território. Um mero acerto econômico.

E, neste 24/02/2025, Zelensky recebeu, em Kiev, líderes europeus e do Canadá, marcando os três anos da guerra que seu país enfrenta contra a Rússia. Na verdade, três anos de resistência, só possíveis, até aqui, com ajuda ocidental. Mas outros eventos ocorreram neste terceiro aniversário.

A presidente da Comissão Europeia aproveitou a data para alertar que a ajuda ocorre porque a Ucrânia está na Europa e, portanto, não é apenas o destino do país que está em jogo.

Em encontro com o líder francês Macron, Trump indicou a possibilidade de Putin aceitar a entrada de forças europeias de manutenção da paz na Ucrânia após o conflito.

No Conselho de Segurança da ONU, foi aprovada uma resolução curta, pedindo o fim rápido do conflito e uma paz duradoura, sem alusão à devolução de áreas invadidas.

Segundo The Economist, “A Ucrânia está sendo vendida, a Rússia está sendo reabilitada e, sob Donald Trump, não se pode mais contar com os EUA para ajudar a Europa em tempos de guerra. As implicações para a segurança da Europa são graves, mas ainda não foram assimiladas pelos líderes e pela população do continente. O velho mundo precisa de um curso intensivo sobre como exercer poder duro em uma era sem lei, ou será vítima da desordem do novo mundo.”

Estaríamos perto de terminar o conflito?

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